A minha vida é um hábito!
- Miguel Aleixo
- 6 de jul. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 25 de set. de 2023
Os hábitos são uma espécie de obesidade que temos na nossa mente! Se a trabalharmos adequadamente, desaparece e ficamos bem mais fortes, definidos e saudáveis!

As nossas ações tendem a refletir os nossos pensamentos. Porém, nem sempre os nossos hábitos refletem a forma como pensamos o mundo! São simplesmente comportamentos que adotamos, praticamos e efetuamos como rotina, muitas vezes, até já nem sabemos bem porquê… simplesmente fazemos! Podem ser considerados tiques, vícios, feitio, traço de personalidade… mas no fundo são somente hábitos… coisas que simplesmente nos habituamos a fazer ou a dizer!
Os hábitos podem ajudar a perceber quem somos, ou então, levam-nos por um caminho que nos afasta do nosso verdadeiro eu, ou daquele que desejaríamos ser.
Começamos a criar hábitos desde muito cedo! Por o mundo ser tão novo e fantástico, simultaneamente vamos largando alguns com destreza e facilidade, sem termos real consciência do processo. No entanto, à medida que vamos crescendo, o mundo torna-se um lugar mais comum e a busca por uma identidade leva-nos a criar hábitos que sentimos que a vai solidificar. Podemos enumerar vários e diversos exemplos: toma de café, fumar, conviver com amigos em esplanadas, traços comunicacionais pouco assertivos, passar horas a ver o feed nas redes sociais… praticamente tudo o que fazemos tem por base a criação de um hábito.
Os hábitos podem levar a vícios! O vício nada mais é que um hábito sobre o qual perdemos o controlo e a sua prática torna-se desmedida e prejudicial.
Mas como a noção deste conceito me pode ajudar no dia-a-dia?
Como tudo isto pode ser usado a meu proveito?
Não podemos viver sem hábitos, certo?
Se entenderes muitos dos teus comportamentos e práticas como hábitos que foram criados, fica mais fácil assimilar que os podes alterar/modificar. Se pensares verdadeiramente naquelas que são as tuas ações mais “habituais”, podes identificar aquilo que te eleva ou aquilo que te retrai. Faz sentido?
Exemplo simples:
O Carlos mudou de emprego e os seus novos colegas adoram conversar sobre filmes e séries que assistem na netflix, desde as suas produções mais recentes até aos antigos clássicos do cinema. Infelizmente, o Carlos sente-se pouco à vontade nesse tema e está com dificuldade de integração. Pensou, e apercebeu-se que essa “lacuna” foi criada porque nos últimos anos tem passado as noites a ver novelas. Pensou melhor, e notou que tem adormecido a meio da maioria dos episódios, reclamando posteriormente com a mulher e com a mãe, que o conteúdo é sempre o mesmo! O que aconteceu? Em algum momento ele criou esse hábito e deixou-se cegar por ele, ficando impedido de cogitar novas opções! Ao tomar consciência, substituiu o conteúdo e finalmente começou a ter tema de conversa com os seus novos colegas!
Atenção! Criar novos hábitos é uma tarefa que exige compromisso, mas perde-los pode ser ainda mais complicado. É fundamental ter um objetivo claro e um método. Ajuda profissional é requerida para que o resultado não seja uma enorme e habitual desistência.
Mais difícil do que abandonar o vício de fumar, é deixar o hábito de fumar.
É possível que o nosso amigo Carlos tenha tido alguma dificuldade em adaptar-se aos novos conteúdos a que foi assistir. Legendas, histórias mais complexas e alguns personagens com poderes sobrenaturais… o cérebro terá que aprender a lidar com todos estes novos estímulos e só quando isso acontecer, é que ele irá finalmente definir uma opinião, um gosto e obter verdadeiramente prazer na sua nova atividade.
Se fores jovens e estiveres a ler isto podes evitar inúmeros desconfortos, se ao longo da tua vida te fores perguntando:
“Será que este hábito que estou a criar é bom para a minha vida?”
Se a resposta for não, o ideal é parar já!
Com dificuldade em detetar, alterar e iniciar hábitos?
Eu posso ajudar – psic_aleixo@hotmail.com
Um Abraço!
Dr. Miguel Aleixo
Psicólogo Clínico e da Saúde
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