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Uma carta para quem perdeu o seu amor

  • Foto do escritor: Miguel Aleixo
    Miguel Aleixo
  • 20 de jul. de 2021
  • 4 min de leitura

Atualizado: 25 de set. de 2023

Um olhar sobre as relações que deixamos para trás! Uma travessia solitária, onde sempre existe uma luz, mesmo que ainda não a possas ver!



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Superar o fim de uma relação nem sempre é fácil. Provavelmente existiam planos e objetivos que ao longo do tempo foram perdendo a importância. Terminar uma relação é muitas vezes como abandonar uma vida que nunca acabou de ser vivida. Abandonar um jogo a meio. Os sonhos ficam para trás e todos os lugares que juntos imaginaram pisar, nunca vão conhecer tal pegada.


No fim de uma relação notas que conviver com a pessoa se tinha tornado num hábito, e que isso te inundou num lago repleto de pequenos/grandes hábitos, que apenas foram extintos quando a sua maioria se tornou insuportável. Ainda assim, apesar da dor que assumiste sentir, começas a deambular sobre as hipóteses de um regresso! Pensas em reatar, em reacender e estabelecer novas oportunidades! Por vezes é possível, mas outras tantas vezes é apenas um escape ao óbvio. O que acontece é que ficamos demasiado presos ao que nos é familiar, e o futuro desconhecido pode assustar ainda mais do que a dor a que já estávamos acostumados. É por isso que te foste deixando ficar… é por isso que pensaste em voltar.


É aqui que deves ter um pensamento muito claro e preciso:

“O melhor nunca vai embora.”


Não importa se és homem ou mulher! Sabemos que as emoções e os sentimentos são partilhados da mesma forma e que a dor de uma ausência sente-se paralelamente. Não temos tempo para analisar diferenças de sofrimento no término de uma relação.

Dor é dor! Ausência é ausência!


Muitas vezes, o final de uma relação brinda-te com um buraco fundo e escuro. Sentes-te como uma criança que avança por um mundo novo e desconhecido. Carregas em ti o medo do que podes encontrar, mas também a curiosidade, que se bem estimulada, te pode ajudar a reerguer mais rapidamente. No fundo, é como se aprendesses a caminhar novamente. Aprender que podes ver televisão sozinho, comer sozinho, caminhar sozinho… e mesmo assim, tudo estar bem! Tens medo, porque ainda não tens a certeza de que te sentirás bem dessa forma… o tempo ajudará a provar o contrário.


O meio social por onde corres é fundamental na tua nova jornada. Num momento em que aprendes a estar sozinho, é também importante que não estejas sozinho o tempo todo. A aprendizagem é gradual, e da mesma forma que não colocamos uma pessoa com medo de alturas na torre mais alta do mundo, também aqui, o teu isolamento pode torna-se claustrofóbico, se exagerado e abrupto.


Sai, Caminha, corre! Se não consegues conviver com ninguém, convive com as flores e os animais, pelo menos não estarás só, até aprenderes a estar só.

Vais sentir-te tentado! Cada vez que acordas irás lembrar que aquilo que tinhas te foi roubado. De alguma forma tinhas conforto, nem que fosse o conforto da dor… mas tinhas! Agora não tens o barulho da discussão, a frieza do silêncio ou a ilusão de um futuro que já tinha ruído. Agora possuis uma dor que lentamente te parece pior do que aquela que tinhas…. tenderás naturalmente a querer recuperar o que te foi roubado.


Vais sentir-te tentado! É possível que rapidamente queiras reviver experiências, emoções ou sentimentos que te façam sentir da mesma forma que te sentias lá atrás, quando tudo estava bem! Quando não conhecias os espinhos das rosas desse jardim. Pensas em recuperar como se fosse possível restaurar em fotocópia aquilo que antes possuías em formato original. Mas sabes? Ninguém consegue viver de imitações por muito tempo… são como oásis no deserto! Sempre chegará o momento em que percebes que tudo não passa de uma miragem. Enquanto te deixas levar pelo estado embriagado do teu cérebro, que segue em busca do prazer que perdeu, atenta para que nenhum dos teus comportamentos possa trazer arrependimento.


Ao longo de todas essas fases, de uma maneira extravagante ou frágil, irás questionar como seria se tudo tivesse seguido. Provavelmente vais achar que o melhor já ficou para trás, que em todos os defeitos que contavas, as virtudes se começaram a adensar… mas é nesse momento de dúvida que deves dizer para ti algo muito claro:


“O melhor nunca vai embora”


Deves convencer-te disso! Ensinar esse vocabulário a ti próprio e guiares-te por cada pormenor dessa frase! Se era o melhor, não tinha terminado, tão pouco tinha partido… isso apenas pode significar que o melhor está para vir, pois o melhor, nunca te deixaria nessa travessia solitária.


As relações que deixamos para trás podem condicionar as nossas vidas, levar-nos por caminhos dúbios e sombrios. Mas feliz daquele que tem a capacidade de sair de uma relação abusiva e/ou pouco estimulante, repleta de várias condicionantes. Mas independentemente das particularidades de cada término. O fim é sempre o fim e isso mergulha-nos numa nova jornada! Num novo capítulo repleto de novas histórias para contar. Porém, muitos novos medos e hábitos podem surgir.


No fim de uma relação deves cuidar de ti. Estamos aqui para ser felizes e não vale a pena viver de outra maneira. Há várias formas para enfrentar esse momento. A dor existe, mas não precisas de ficar mergulhado nela. Há muito mais para além de um lenço humedecido com as tuas lágrimas…


Não deixes que seja tarde demais! Um Psicólogo pode ajudar!

Eu posso ajudar – psic_aleixo@hotmail.com


Um Abraço!

Dr. Miguel Aleixo

Psicólogo Clínico e da Saúde

 
 
 

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